A segurança eletrônica tem se tornado uma prioridade global, impulsionada pelo aumento da criminalidade, ameaças cibernéticas e avanços tecnológicos. Comparando o Brasil com os Estados Unidos, observa-se que ambos os países têm investido significativamente no setor, mas com abordagens, ritmos e contextos distintos, refletindo suas realidades socioeconômicas e tecnológicas.
No Brasil, o mercado de segurança eletrônica tem apresentado crescimento robusto. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), o setor faturou cerca de R$ 11 bilhões em 2022, com uma expansão de 18% em relação ao ano anterior, superando a expectativa de 14%.
Para 2025, 78% das empresas brasileiras planejam aumentar os investimentos em segurança eletrônica, com destaque para tecnologias como inteligência artificial (IA), reconhecimento facial, monitoramento remoto e integração de sistemas.
A adoção de câmeras IP, soluções em nuvem e conectividade 5G tem permitido maior acessibilidade e eficiência, expandindo o mercado para residências e pequenas empresas. Além disso, o setor emprega diretamente cerca de 1 milhão de pessoas, com previsão de aumento de contratações em áreas técnicas, comerciais e administrativas.
Nos Estados Unidos, o mercado de segurança eletrônica é mais maduro e diversificado, com previsão de crescimento de US$ 52,37 bilhões em 2023 para US$ 76,24 bilhões até 2028, a uma taxa anual de 7,8%.
A integração de sistemas é amplamente adotada, conectando câmeras, alarmes e controles de acesso em plataformas unificadas, enquanto o monitoramento remoto e soluções em nuvem são padrão em empresas e residências. Um exemplo é o programa de subsídios de Ontário, Canadá, que inspirou iniciativas nos EUA, com US$ 1 milhão investidos em câmeras CCTV para combater a violência armada. Comparativamente, o Brasil demonstra um crescimento mais acelerado em termos percentuais, impulsionado pela alta demanda devido à percepção de insegurança – o país é o 25º em segurança pública entre 27 nações do G20, segundo a Firjan. Isso contrasta com os EUA, onde a segurança pública é mais consolidada, com indicadores melhores, como a percepção de segurança ao andar à noite.
Enquanto os EUA investem em escala e inovação, o Brasil foca na popularização de tecnologias, como portarias remotas, que custam 30% a 40% menos que portarias tradicionais, gerando economia de até 70%. No entanto, o Brasil enfrenta desafios maiores em termos de infraestrutura e regulamentação, enquanto os EUA lidam com questões éticas, como privacidade no uso de reconhecimento facial.
Em cibersegurança, um componente crucial da segurança eletrônica, o Brasil avançou significativamente, subindo do 71º para o 18º lugar no Índice Global de Cibersegurança da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em 2020, ficando atrás apenas dos EUA e Canadá nas Américas.
Apesar disso, um estudo do MIT de 2023 coloca o Brasil entre os cinco países com progresso mais lento em cibersegurança, devido a lacunas em educação contra golpes como phishing. Os EUA, por outro lado, possuem uma infraestrutura crítica mais robusta, mas enfrentam desafios com o aumento de crimes cibernéticos, que cresceram 164% em 2021, totalizando US$ 6,9 bilhões em perdas.